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Instabilidade na oferta de diesel: existe risco de desabastecimento no Brasil?

Consumidores de diferentes regiões do país tiveram dificuldades de abastecer o veículo nos últimos meses

Mudança da política de preços da Petrobras provocou defasagem no valor dos combustíveis no país, inviabilizando a importação do produto e prejudicando o mercado interno

 

Entre os meses de junho e agosto, um problema foi constatado em várias regiões do país: falta do diesel S-10 e até do S-500 nos postos de combustíveis, afetando inúmeras atividades econômicas, como transporte de produtos e pessoas.

Uma das principais causas para a instabilidade na oferta do diesel foi a mudança na política de preços da Petrobras. Essa alteração tem causado uma crescente defasagem no valor dos combustíveis no mercado brasileiro em relação aos preços internacionais, provocando problemas no abastecimento interno.

E muitas são as consequências!

  • Postos estão com dificuldades para adquirir óleo diesel.
  • Revendedores dizem que as distribuidoras estão cortando e restringindo pedidos de compra por causa da menor disponibilidade do produto no mercado local.
  • Algumas empresas, inclusive, estão armazenando combustível para dispor do produto em situações de escassez no mercado.

 

Consequência da mudança na política de preços da Petrobras

As oscilações na oferta de diesel no mercado interno estão relacionadas à redução das importações do produto. Isto é fruto da nova política adotada pela Petrobras no início do atual governo federal, que deixou de se guiar pelo PPI (Preço de Paridade Internacional) – prática que ajustava o preço dos combustíveis com base na cotação do dólar e do petróleo no exterior.

Desde que a Petrobras mudou esta política, passou a reduzir gradativamente o valor do diesel e da gasolina fornecidos às distribuidoras. Resultado: uma defasagem no preço dos combustíveis em relação ao mercado internacional, atingindo patamar médio de 25% de defasagem para a gasolina e de 30% para o diesel.

Por isso, a importação de combustíveis se tornou financeiramente inviável para as importadoras que atuam no mercado nacional. Consequentemente, se alastraram pelo país as restrições na oferta principalmente de diesel. Vamos entender melhor o que está acontecendo!

 

Está faltando combustível?

Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), os entraves verificados em diferentes regiões do país não chegam a ser falta de abastecimento, mas têm prejudicado a regularidade no fornecimento de combustíveis para os consumidores. Problema que foi constatado pela Associação em praticamente todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), cerca de 25,5% do mercado de diesel do país depende das importações. Além disso, 12,5% da gasolina e 18,5% do GLP (gás liquefeito de petróleo) também vêm do mercado internacional.

Portanto, qualquer alteração na estratégia de precificação da Petrobras pode influenciar na dinâmica da importação de combustíveis, que é essencial para o suprimento da demanda do país.

A Petrobras é a principal fornecedora no mercado brasileiro de combustíveis, sendo responsável por 79,9% do fornecimento de diesel às distribuidoras e 74,5% da gasolina, de acordo com a ANP.

 

A importação de combustíveis se tornou financeiramente inviável para as importadoras que atuam no mercado nacional, provocando instabilidade no fornecimento de gasolina e diesel em diferentes regiões do país.

 

“Quando a gente vê um agente dominante praticando preços irreais e abaixo da paridade, isso gera insegurança, gera falta de sensibilidade, e é uma sinalização muito ruim para o mercado”, disse em entrevista para a Revista Veja o presidente da Abicom, Sérgio Araújo. Para a entidade, os preços praticados pela Petrobras não são transparentes.

 

Em 2022, de acordo com ele, 31% do diesel e 14% da gasolina comercializados no Brasil foram importados, já que o país não é autossuficiente no refino dos combustíveis. Mesmo com a maior dificuldade para os importadores, Araújo não prevê desabastecimento do mercado, principalmente quanto à gasolina.

 

Aumento do preço do barril de petróleo

Um dos motivos da defasagem dos preços praticados no Brasil em relação ao mercado internacional é o crescente aumento da cotação do barril do petróleo verificado nos últimos meses. É que, no começo de abril, a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo + um grupo de países produtores que não pertencem à OPEP, que inclui Rússia, México e Cazaquistão) anunciou uma redução voluntária da produção de seus principais membros, de 1,66 milhão de barris/dia até o fim de 2023.

Posteriormente, em junho, o corte foi estendido até dezembro de 2024. Além disso, a Arábia Saudita anunciou um corte unilateral adicional de 1 milhão de barris/dia em julho.

Esse movimento de redução da produção por parte dos países da Opep gerou uma pressão pelo aumento do preço do barril de petróleo (Brent) no mercado internacional, que saiu de aproximadamente US$ 71,00 em meados de março de 2023 para bater a casa de US$ 85,00 em 21 de agosto.

E esse movimento altista tende a ganhar força nos próximos meses. A decisão da Opep deverá manter os preços do óleo acima do nível de US$ 80 o barril até o fim de 2023 e há consultorias no mercado que preveem tendência de alta até o nível de US$ 100 em 2024.

Além disso, o barril do petróleo no mercado internacional é estabelecido em dólar e houve elevação da cotação da moeda em relação ao Real desde o final de julho.

Ou seja, a pressão por reajustes sobre a Petrobras no preço dos combustíveis deve se manter alta, podendo crescer ainda mais no próximo ano, o que fortalece um grande dilema: ou o valor dos combustíveis no país mantém certa sintonia com os preços internacionais, ou o risco de defasagem dos preços será permanente.

A Petrobras enfrenta um dilema: ou o valor dos combustíveis no país mantém certa sintonia com os preços internacionais, ou o risco de defasagem dos preços será permanente.

 

Reajuste nos preços dos combustíveis reduz a defasagem

Para a imprensa, a Petrobras informou que, embora a companhia tenha anunciado o fim do PPI, não pretende desvincular os preços domésticos do comportamento do mercado global.

Tanto que, em 15 de agosto, anunciou o reajuste dos preços para as distribuidoras: de R$ 0,41 sobre o litro da gasolina e de R$ 0,78 no litro do diesel.

Além disso, segundo a Petrobras, outros fatores impactam o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto, “como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda”.

 

Apesar do recente reajuste, muitas dúvidas pairam no horizonte. Com a nova política de preços da Petrobras, as dificuldades para o abastecimento de gasolina e diesel no mercado doméstico podem se tornar uma constante? Qual será o comportamento da companhia se a cotação do barril de petróleo mantiver o ritmo de alta?

Neste cenário, o governo brasileiro precisa aperfeiçoar suas políticas para combustíveis. Afinal, de nada adianta anunciar medidas para reduzir (“a fórceps”) os preços do diesel e da gasolina, se por outro lado existe o risco de escassez de produtos que são essenciais para o país.

 

Cuidado com combustíveis armazenados por longos períodos

Com receio da instabilidade no fornecimento, consumidores de diferentes portes têm se organizado para armazenar combustíveis. Mas isso pode ser um grande problema. Além da questão de segurança, que precisa ser bem gerenciada, o diesel não pode ficar armazenado por mais tempo que o indicado. Caso contrário, é grande a possibilidade de esse combustível sofrer uma contaminação, acarretando grande prejuízo.

Para “blindar” o diesel armazenado do risco de degradação, uma medida muito eficiente é o uso do aditivo para diesel Xp3, que mantém intactas as propriedades do combustível. E os clientes que utilizam esse aditivo recebem uma assessoria completa:

  • Durante o armazenamento, existe a conferência se o tanque está livre de contaminação;
  • Uma análise criteriosa define a quantidade ideal do aditivo a ser aplicada;
  • É feito o acompanhamento mensal da qualidade do diesel armazenado;
  • E em casos em que já existe algum nível de degradação, é estabelecida uma estratégia de controle do problema com o uso do Xp3.

 

LEIA MAIS:  Armazenamento de diesel por longos períodos: Aditivo impede degradação do produto estocado

 

Além do uso do aditivo para diesel Xp3, também pode-se tomar outras medidas de prevenção para minimizar os riscos de deterioração do produto armazenado, como se assegurar que a boca do tanque está sempre bem tampada e que sua estrutura está bem preservada.

Para não ter problemas de contaminação ao armazenar diesel, fale com a

Ecofuel – distribuidora oficial da linha Xp3 no Brasil. Aguardamos seu contato!



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